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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O míssil Lainer x míssil Bulavá.

Preparações para o lançamento do míssil Bulavá a partir do submarino porta-mísseis nucleares
de 4ª generação “Yuri Dolgoruki"

 O complexo russo de construção de armamentos estratégicos “Academico V.P. Makéev” anunciou o desenvolvimento do novo míssil de implantação em submarinos chamado Lainer, e segundo seus designers, este foguete balístico supera em potência o míssil Bulavá.

 Nos últimos anos, a indústria militar russa mostrou várias “surpresas” no projeto de armas estratégicas. Por exemplo, em 2007 foi posto em teste o novísimo sistema de mísseis balísticos intercontinentais RS-24 “Yars” equipados com uma ogiva de cabeças múltiplas. As provas deste míssil causaram assombro na comunidade internacional de especialistas. Agora se apresenta uma nova surpresa, desta vez no componente marítimo da tríade nuclear. 

A notícia que não é notícia.

 Em, 9 de agosto, alguns meios de imprensa russos, citando fontes do centro “Makéev”, informaram sobre a criação de um novo míssil que “por suas características energéticas supera a todos os foguetes estratégicos de propelente sólido existentes em Grã Bretanha, China, Rússia, Estados Unidos e França”.

 Este míssil “pode portar um número de ogivas duas vezes superior”, em comparação com a capacidade do míssil Bulavá”, informou a fonte.
Mas não é nenhuma notícia. O fato de que se está desenvolvendo o míssil Lainer se fez público em maio deste ano, desde então nenhuma informação nova tem sido informada.

 Na realidade, se trata da modernização da numerosa família dos mísseis balísticos R-29R/RM/RMU.
Os “predecessores” do Lainer, os mísseis R-29 RMU2 Sinevá (SS-N-23 Skiff, segundo o código da OTAN) desenhados a finais da década de 1990, integram o armamento dos submarinos estratégicos do projeto 667 Delfim.

 Em breve, estes submarinos serão submetidos a uma reparação geral em cuja ocasião serão equipados com o novo sistema de mísseis Lainer. 

 “Nossos submarinos porta-mísseis estratégicos do projeto 667 Delfim, que permanecem em serviço operacional, estão dotados dos foguetes Sinevá de combustível líquido.

 A subsequente perfeição destes submarinos, e, em particular, a instalação dos foguetes Lainer neles, lhes permitirá permanecer a serviço da frota russa durante muitos anos, até que se complete o programa de rearmamento que prevê substituir-los com os novíssimos submarinos do tipo Borei (projeto 995)”, - explicou a RIA Novosti uma fonte de alto nível no Ministério russo de Defesa.

 No entanto, segundo a mesma fonte, é incorreto comparar o Sinevá modernizado (Láiner) com os foguetes Bulavá.

 Porque ambos portadores têm características de construção  muito diferentes (Sinevá usa combustível líquido e Bulavá, sólido).
Além disso, se diferenciam pela massa da ogiva – 1.150 kg em Bulavá e entre 2.500 e 2.800, segundo diferentes dados, em Sinevá. Ao mesmo tempo, Sinevá é ao menos 4 toneladas mais pesado e uns 3 metros mais largo.

Dando preferencia ao propelente sólido.

 Há outra diferença: Sinevá e suas modificações estão destinados a ser montados nos submarinos porta-mísseis “sem futuro”. Estes submarinos do projeto 667 Delfim seguirão modernizando-se e, pelo visto, permanecerão em serviço operacional uns 20 anos mais, sendo que esta classe de submarinos não se desenvolverá mais tarde.

 Ainda que de momento, enquanto a Marinha de Guerra russa não incorpora em seus arsenais os novos submarinos nucleares da classe Borei (o primero deles, “Yuri Dolgoruki”,  já realizou o lançamento de teste do míssil Bulavá), serão os submarinos do projeto Delfim os utilizados para as missões de patrulha. E para tanto, necessitarão de modernos sistemas de mísseis.

 A competição hipotética entre Sinevá e Bulavá pelo sítio na Marinha é, até certo ponto, uma competição virtual. Os foguetes que empregam a dimetilhidracina assimétrica de combustível são realmente mais potentes que os que empregam o combustível sólido, porém são mais perigosos na utilização, especialmente na frota.

 Por exemplo, a explosão em outubro de 1986 de um míssil de propelente líquido no submarino soviético K-219 causou a intoxicação dos tripulantes do mesmo e seu posterior afundamento. Em muitas ocasiões sucederam acidentes mais “simples” quando os mísseis carregados de combustível caíam no momento da montagem nos submarinos e, ao golpear-se contra o pier ou o próprio submarino, se despressurizavam emitindo componentes tóxicos.

 “É verdade, o míssil Sinevá, já incorporado às Forças Armadas, tem mais potência e alcance que o míssil Bulavá, que emprega o combustível sólido. Contudo, a Rússia se orienta à construção, no futuro, dos mísseis balísticos de propelente sólido”, - informaram a RIA Novosti o Ministério de Defesa.

 Parece que é uma postura geral entre os militares: a frota estratégica nuclear passará a equipar-se com um único míssil de combustível sólido que será o Bulavá. Em qualidade de plataforma de lançamento se empregarão os submarinos nucleares do projeto 995 que já mudaram de sistemas de mísseis três vezes.

Lutas competitivas.

 Por trás da “notícia” sobre a criação de um “novo míssil”, mais “potente” que o Bulavá, se ocultam as contradições que existem no complexo militar-industrial do país.

 Durante muitos anos após a desintegração da União Soviética, o Instituto Moscovita de Tecnologia Térmica (MITT, suas siglas em russo), que desempenhou um papel central no desenvolvimento e construção de numerosos mísseis balísticos intercontinentais e alguns mísseis balísticos para submarinos (entre eles Tópol, Yars e Bulavá e, anteriormente, o não menos temível Pioner), na verdade, foi a única entidade que fornecia armamento às forças nucleares da Rússia.

 Tudo mudou durante o último ano. De repente (ainda que para alguns foi um momento esperado) os militares russos anunciaram que era necessário para substituir o lendário Satanás, o míssil balístico intercontinental R-36M2, que foi a principal arma das forças nucleares soviéticas e está tornando-se obsoleto, por um novo foguete pesado de propelente líquido. Nesta ocasião a “Oficina de desenho Academico V.P. Makéev” se encarregou de desenvolvê-lo.

 Parece que a indústria nuclear russa é um setor dos mais públicos apesar de seu caráter secreto, já que os construtores de mísseis não param de trazer animadas discussões na imprensa sobre o futuro do setor.

 Pelo visto, agora estamos ante uma destas discussões. Os rivais do MITT levantam a cabeça e pretendem ocupar um lugar digno no mercado, sobre tudo agora, quando os pedidos militares tem aumentado. A competência no mercado dos mísseis balísticos intercontinentais está se afiançando, enquanto as discussões continuarem.


Fonte: http://sp.rian.ru/opinion_analysis/20110812/150073153.html

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