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segunda-feira, 25 de julho de 2011

China e aliados apoiam a Rússia contra o escudo anti-mísseis global de EUA-OTAN.



 O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergei Lavrov disse que os membros da SCO foram unânimes em suas críticas ao escudo anti-mísseis e que a declaração se refere não somente ao sistema europeu.

 "É parte de um escudo global, e o sistema de defesa global contra mísseis que está sendo criado pelos Estados Unidos, também cobre o Oriente e o Sul da Ásia", disse ele.

 Em Astana a Rússia ganhou o apoio da China e de outros membros de um corpo de segurança regional, ao criticar os planos dos EUA para um escudo anti-mísseis afirmando que sua implantação poderia minar a segurança global.

 A Organização de Cooperação de Xangai (SCO), um bloco de segurança reunindo Rússia, China e quatro ex-estados soviéticos da Ásia Central, assinaram uma declaração condenando qualquer acúmulo unilateral de defesas contra mísseis depois que os seus líderes se reuniram na capital do Cazaquistão.

 "Uma unilateral e ilimitada acumulação de defesa de mísseis por um único Estado ou por um grupo restrito de estados pode danificar a estabilidade estratégica e a segurança internacional", declaram os seis membros da SCO.

 Além de pesos-pesados regionais como China e Rússia, a SCO também inclui a maioria muçulmana dos estados ex-soviéticos da Ásia Central, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão. O Irã, o Paquistão, a Índia e a Mongólia têm o estatuto de observadores no organismo, criado há 10 anos para promover a cooperação regional.

 Moscou recentemente intensificou as críticas aos planos dos EUA de implantar as defesas contra mísseis na Europa e tem pressionado para receber garantias de que o sistema anti-mísseis não enfraqueceria o arsenal nuclear da Rússia.

 O presidente russo, Dmitri Medvedev, ameaçou com uma nova corrida armamentista ao estilo da Guerra Fria, se Moscou e Washington não conseguirem resolver a disputa de defesa antimísseis.

 Os Estados Unidos dizem que seu escudo planejado é destinado a reduzir a ameaça de um ataque de mísseis pelo Irã. Moscou diz que teme que o verdadeiro objetivo é neutralizar o próprio arsenal nuclear da Rússia.

 "- O urso russo está sentado em sua toca, e vem o caçador OTAN sobre a sua casa e pede-lhe para vir caçar o coelho... Por que seu rifle tem o calibre para caçar o urso, e não o coelho?" - disse o enviado da Rússia à OTAN Dmitry Rogozin em uma palestra no London's Royal United Services Institute.

SUPORTE ANTI-OCIDENTAL

 Rússia e China têm muitas vezes expressado a unidade na oposição ao domínio global percebido dos Estados Unidos. Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, eles têm expressado oposição à resoluções lideradas pelo ocidente, incluindo um esforço para condenar a Síria... medidas enérgicas nos protestos contra o governo.

 "A tarefa de preservar a paz mundial e promover o desenvolvimento comum está cada vez mais árdua e mais onerosa", disse o presidente chinês, Hu Jintao.

 O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que tem ofuscado anteriores reuniões da SCO, fez um discurso inflamado de 10 minutos convidando os membros do bloco que se unam contra as potências ocidentais.

 "Acredito que, através de ações concertadas, é possível mudar o curso geral da ordem mundial em favor da paz, justiça e prosperidade dos povos", disse Ahmadinejad ao final de um discurso inflamado contra os países ocidentais.

 A agência de notícias russa Interfax citou o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari como reiterando o desejo de seu país para se tornar membro de pleno direito da SCO. Uma fonte da delegação russa, que pediu para não ser identificada, disse que nem a Índia nem o Paquistão podem se juntar a OSC até resolverem sua própria linha territorial.

Autor: Alexei Anishchuk (Relatório adicional por Dmitry Solovyov, por Ben Blanchard e por Chris Buckley em Astana e por Mohammed Abbas em Londres; Escrita por Robin Paxton e por Steve Gutterman; Edição Alistair Lyon)

Fonte: http://globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=25293

Organização Cooperação de Shangai (Wikipedia):



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domingo, 24 de julho de 2011

O mundo unipolar dos Estados Unidos e os poderes compensatórios da Aliança Militar Eurosiática SCO.



O subcontinente indiano e a segurança da Eurásia.

 O "mundo pós-americano" ou "unipolar" falhado está se tornando mais complicado em termos de estrutura e organização, moldando-se sobre um quadro que pode conter o caos liderado pelas "revoluções árabes" e a crise da Líbia. A Organização de Cooperação de Xangai (SCO), atrai a Índia e o Paquistão, em meados de junho,  promete ser tão somente um fator de cimentação.

 Os líderes dos Estados Unidos, que apreciam a compreensão e o suporte de grupos influentes dentro do estabelecimento indiano, têm forte esperança de que uma aliança estratégica com Delhi ajudaria a "conter a expansão da China" na região da Ásia-Pacífico: a "aliança de quatro democracias" - Estados Unidos, Japão, Austrália e Índia - é rotineiramente mencionada na China como "a OTAN do Oriente".

 A população do Sul da Ásia pode chegar a 2 bilhões até 2030. Paquistão, Bangladesh e Índia têm, naturalmente, problemas de desenvolvimento sociais e econômicos especialmente agudos e a estabilidade na região e das instituições do Estado não depende de políticas "social e econômica" dos países do Sul da Ásia .
 

 O subcontinente indiano e os territórios adjacentes tiveram, naturalmente, milhões de ligações invisíveis com a Ásia Central desde tempos imemoriais, estes constituem uma preocupação tradicional para os russos, especialmente desde a recente "revoluçõe árabe".
 

 Muitos especialistas acreditam que a tranqüilidade política na Ásia Central, depende diretamente do equilíbrio das instituições econômicas e políticas no Paquistão. A Rússia deve, portanto, não somente se engajar ativamente na balança intrincada de forças geopolíticas emergentes diante de nossos olhos no Sul da Ásia, mas também usar suas habilidades diplomáticas estrangeiras e expandir os laços econômicos para acalmar os conflitos entre os estados da região e orientá-los para o diálogo constante e compreensão mútua significativa.

 O Presidente da República Islâmica do Paquistão, Asif Ali Zardari, fez uma visita oficial à Rússia a meados de Maio e isto determinará, ao que parece, a trajetória das relações russo-paquistanesas e a dinâmica dos processos políticos na Ásia do Sul e territórios adjacentes daqui em diante.

 Durante a visita, os dois Presidentes, Dmitri Medvedev, e Asif Ali Zardari, discutiram o combate ao terrorismo e tráfico de drogas. Também se concentraram muito na melhoria e intensificação do comércio bilateral e nas relações econômicas, porque o comércio mútuo dos dois países, está em US$ 400 milhões, bem aquém do seu potencial e suas ambições geopolíticas. Nenhuma atenção surpreendente foi dada durante a cúpula à promoção do comércio, investimento e projetos conjuntos. A participação da Rússia na construção de um gasoduto do Turquemenistão para a Índia foi discutida em termos práticos. O gasoduto passaria pelo Afeganistão e o Paquistão. Aliás, os projetos bilaterais entre a Rússia e o Paquistão são consideravelmente mais ambiciosos do que iniciativas similares americano-paquistanesas. A conexão aérea entre os dois países deve ser finalmente restaurada.

 A cooperação com o Paquistão também tem implicações geopolíticas distintas. Durante a visita do Presidente Zardari, os partidos reafirmaram a importância vital de manter a paz interna e a estabilidade no Afeganistão, realçando que a reconciliação nacional lá só pode ser realizada pelos próprios afegãos. Os projetos de desenvolvimento regionais multilaterais baseados na premissa que as economias nacionais de países da Ásia do Sul são mutuamente complementares podem ir um caminho longo em direção à promoção de um acordo político interno no Afeganistão. (A Índia continua sendo a maior doadora regional, tendo investido mais de US$ 1,5 na economia do Afeganistão. A China, no entanto, tem investido no Afeganistão, pelo menos, o dobro).

 A visita de Asif Zardari à Rússia mostrou que o Paquistão está diversificando ativamente seus laços econômicos estrangeiros e  sua política externa. Esta atitude é bem recebida pelos principais aliados "a-qualquer-tempo" do Paquistão, a China, que está a seguir uma política de "suave refreamento inverso" da América na Ásia, incluindo o Paquistão.

 Durante o desenvolvimento de suas relações com o Paquistão, a Rússia deve se lembrar da sua parceria estratégica com a Índia, que foi recentemente descrita como "privilegiada." Tendo em vista o desenvolvimento das relações indianas com a China, a posição da Índia de política externa na região precisa ser reforçada. As relações com os países vizinhos do sul da Ásia com os quais a China está desenvolvendo ativamente laços bilaterais continuam a ser regulamentadas.

 A China está tentando neutralizar forças potencialmente anti-chinesas entre as elites indianas regionais, por exemplo, o planejamento de investimentos maciços na economia do estado de Gujarat, e este é apenas o começo, de acordo com especialistas.

 A Índia tem de restaurar suas relações com a Rússia como uma força potencial de compensação ante a China e que pode agir no interesse da Índia no Sul da Ásia (inclusive através de organizações fora da região). Parece que a preocupação da Índia sobre as intenções geopolíticas da China pode ser abordada por uma cooperação mais estreita entre os países BRICs. No entanto, como observam os especialistas russos, "a elite política russa carece de uma visão estratégica comum do papel do BRIC na futura ordem mundial".

 Deve-se admitir que no atual estado delicado das relações da Rússia com a "maior democracia do mundo", a Índia, é o resultado da negligência por parte de alguns elementos dentro da elite russa com relação a iniciativas indianas na década de 1990, notadamente as idéias de um "triângulo" geopolítico de Rússia, Índia e China.

 De modo pouco surpreende, a perspectiva do alargamento da SCO e sua crescente influência na política mundial é mal recebida pelos americanos, que vêem estes novos processos como sinais da crescente atividade geopolítica da China e, possivelmente, da Rússia.

 Não há lógica para a sua preocupação. Como nos tempos de Mackinder (1861-1947), a Eurásia permanece o coração do mundo.

 Ao mesmo tempo, a América - não importa quais as instituições, os mecanismos e os laços informais a que possam recorrer - será cada vez com mais dificuldade que promoverão tentativas de controlar o comportamento das potências continentais (Rússia, Alemanha e assim por diante), e muito menos a China. O socorro eficaz para os Estados Unidos de Grã-Bretanha e França - hoje e especialmente no futuro - é ainda menos provável. Assim, o papel da Índia, outra importante potência continental , está a aumentar dramaticamente sobre os planos dos Estados Unidos para preservar a sua preeminência global.

 Refletindo sobre o papel do subcontinente indiano no sentido de garantir a segurança euro-asiática, é de se lembrar o desenvolvimento progressivo das relações russo-indianas e tentar se livrar da bagagem negativa acumulada nas relações entre os dois países ao longo das últimas duas décadas. Deve ser lembrado que o colapso da União Soviética, seguido da "retirada" da Rússia da Índia (no âmbito do comércio, geopolítica e da influência cultural e ideológica), criou uma atitude negativa para a Rússia entre os vários segmentos sócio-políticos na sociedade indiana. Os grupos influentes dentro da classe governante já relegaram a Rússia “ao segundo time” na política mundial. No sistema atual de coordenadas de políticas estrangeiras, o estabelecimento político indiano vê a Rússia como um estado regional com influência limitada sobre os acontecimentos mundiais.

 Os céticos em Delhi deram certamente um recuo ofensivo à Rússia na oferta para fornecer 126 aviões de caça multipropósito à Índia (um contrato digno de 9.2 bilhões de dólares). A Rússia, porém, faria bem em olhar para este revés com mais ampla clareza política-econômica e geopolítica.

 Isso levanta duas questões que devem ser tratadas rápida e eficazmente, se a política externa da Rússia está a ser eficaz e se a Rússia deve continuar a ser um "campo de gravitação" no sistema mundial. Primeiro, será que a Índia (ou qualquer outro) político-militar estabelecimento está a ter dúvidas sobre a capacidade da indústria de defesa russa para suprir os seus parceiros com os sistemas de armas necessários, incorporando as últimas plataformas técnico-militares capazes de garantir a sua segurança no médio e no longo prazo, digamos, até 2050? Segundo, o Estado russo deve prosseguir com uma política eficaz no que diz  respeito à indústria de defesa em um mundo onde a política externa do país depende do seu potencial científico e técnico e da capacidade da economia para absorver as últimas realizações intelectuais rapidamente?

 As respostas a estas questões gerais ajudará a Rússia a "resetar" as suas relações com a Índia e outros países sul-asiáticos e fazer uma contribuição concreta para a segurança na Eurásia.

Autor: Andrei Volodin - Pesquisador Sênior da Academia de Ciências Russa (RAS) Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais.

FONTE: http://globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=25176
 
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terça-feira, 19 de julho de 2011

Demonstração de Força Militar Canadense contra a Rússia no Círculo Ártico.


 O ministro da Defesa canadense Peter MacKay recentemente descreveu a Operação Nanook 11 como "a maior operação que ocorreu na história recente." 

 Os agora anuais exercícios militares canadenses no Ártico foram estabelecidos para reforçar  a reivindicação do Canadá sobre uma parte do fundo do mar Ártico, onde pretensões russas e canadenses se sobrepõem. 

 A Rússia tem estabelecido bases militares permanentes em seus territórios do norte para sustentar a sua alegação, e todos os cinco países do Ártico estão competindo para coletar dados para apoiar as suas reivindicações em meio a relatos de que o aquecimento global poderia deixar a região rica em recursos livres do gelo e acessíveis até 2030. 

 O United States Geological Survey diz que o fundo do mar do Ártico pode conter 13 por cento das reservas mundiais de petróleo e 30 por cento dos recursos de gás. As nações rivais são o Canadá, a Dinamarca, a Noruega, a Rússia e os Estados Unidos. Em 2012, os dados de cada nação irão antes de um painel das Nações Unidas que irá decidir qual das  nações e quais seções do fundo do mar Ártico receberão. 

 A expedição científica russa - liderada por um navio quebra-gelo movido a energia nuclear - partiu para o Ártico para solidificar a reivindicação da Rússia, e anunciou que  isto colocará duas novas brigadas de guerra árticas 60 graus ao norte - um movimento que vai expandir mais ao norte as capacidades militares da Rússia, muito além daquelas do Canadá, de acordo com o Montreal Gazette. 

 De acordo com o Departamento de Defesa Canadense, a Operação Nanook 11 terá várias fases perto da Ilha Baffin e da Ilha Ellesmere, com mais de 1.000  participantes do pessoal das Forças Armadas Canadense. Envolverá aviões de caça  CF-18 , bem como um avião de vigilância e de transporte, um navio de guerra, as companhias de infantaria de Quebec  e de Alberta, e o 5º Grupo de Patrula Canadense Ranger - de reservistas Inuits que têm ampla experiência em sobreviver no ambiente rigoroso do Extremo Norte.

Fonte: globalresearch.ca

domingo, 17 de julho de 2011

As implicações da guerra secreta ao Irã.


Exercícios Secretos de Israel no Iraque: Irã na mira outra vez?

 Desafiar a Teerã, que tal como a Rússia, sempre foi um objetivo estratégico de Washington e da OTAN. Tel Aviv havia finalizado um período de breve silêncio sobre Teerã e tem feito menção de atacar o Irã novamente. O que ganhou uma dimensão extra foram as informações de que Estados Unidos permitiram a Israel utilizar secretamente bases aéreas americanas em Al-Anbar, no Iraque. Moqtada Al-Sadr advertiu a Teerã sobre as operações judaico-estadonienses no Iraque, que poderiam escalar de alguma forma até os planos de confrontação contra o Irã, Síria e todo o Bloco de Resistência desde Gaza, Beirute e Jbeil Bint a Damasco, Basora, Mosul, e Teerã.
 
 Uma estrutura militar, que está vinculada a OTAN, também se pôs a trabalhar para atacar o Irã, a Siria e seus aliados. Em virtude de diversos acordos a OTAN estabeleceu um ponto de apoio no Golfo Pérsico e vínculos militares com o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG). A França também tem uma base nos Emiratos Árabes Unidos. O CCG também está se preparando para expandir-se. Tanto os reinos do Marrocos e da Jordânia tem solicitado a adesão ao CCG quanto o Yemem também tem sido considerado para unir-se a eles. Ao tornarem-se membros do CCG vão adquir uma estrutura de defesa comum.
 
 Ao mesmo tempo, os  membros do CCG culpam o Irã por seus problemas internos.
 
 A aliança estratégica entre Israel e os Al-Saud se formou originalmente para combater a Gamal Abdo Nasser, e também tem se posicionado para a implementação de um conflito mais amplo dirigido contra o Irã e seus aliados.
 
 Os escudos de míssil se encontram agora em seu lugar em Israel e nos Emirados Árabes. Embarques em massa de armamento pesado são enviados a Israel, Arábia Saudita e aos países do CCG por parte de Washington e das principais potências da União Européia nos  últimos anos.
 
Ancara: O Homem Interior?
 
 Há outro ator importante de quem se deve falar: a Turquia. Washington e a União Européia estão empurando a Turquia para que seja mais ativa no mundo árabe. Isto tem florescido através da política de neo-otomanismo de Ancara. Isto por que a Turquia tem se posicionado a si mesma como defensora da Palestina e posto em marcha um canal em língua árabe assim como ocorre no Irã e na Rússia.
 
 Ancara, no entanto, tem desempenhado um papel sinistro. A Turquia é sócia na guerra da OTAN contra o regime de Kaddafi na Líbia. A posição do governo turco tem manifestado sua traição a Trípoli. Ancara também trabalha com Qatar para arrancar o regime sírio. O governo turco pressiona a Damasco para que mude suas políticas a favor de Washington e parece que, possivelmente, inclusive teve sua participação nos protestos dentro da Síria com os  Al-Saud, o campo da minoria Hariri no Líbano e Qatar. A Turquia é todavia sede das reuniões da oposição, brindando-lhe apoio.
 
 A Turquia é vista em Washington e Bruxelas como a chave para alinear aos iranianos e aos árabes. O governo turco tem desfilado como membro do Bloco de Resistência com o respaldo do Irã e da Síria. Os estrategistas de projetos americanos dizem que a Turquía será quem domesticará o Irã e a Siria para Washington. A Turquia também serve como meio de integração das economias árabes e do Irã com a economia da União Européia. Neste sentido, Ancara vai pressionando por um área de livre comércio no sudoeste asiático e consegue que o Irã  e a Síria abram suas economías a Turquia.

 Na realidade, o governo turco não somente tem aprofundado os laços econômicos com Teerã e Damasco, como também está trabalhando em eclipsar a influência iraniana. Ancara se posiciona entre o Irã e a Siria e desafia a influência iranina no Iraque, Líbano, Palestina, no Cáucaso e Ásia Central. A Turquia também tratou de estabelecer uma tríplice entente entre eles mesmos, Siria, Qatar e tomar a Siria de Teerã. Por esta razão, Turquia tem verbalmente estado mui ativa contra Israel, mas na realidade mantendo sua aliança e acordos militares com Tel Aviv. Dentro da própria Turquia, também existe uma luta interna pelo poder que algum dia poderia ascender para uma guerra civil com múltiplos atores.

Preparando o Tabuleiro: Confrontação contra o Bloco de Resistência

 Todos os  ingredientes para uma confrontação militar encabeçada pelos Estados Unidos estão em seu lugar:
 
- A iranofobia está sendo propagada pelos Estados Unidos, a União Européia, Israel e as monarquias Khaliji.
- O sectarismo vem sendo promovido em toda a região.
- Hamás tem caído nos mecanismos de um governo de unidade do não eleito Mahmoud Abbas, o que significa que Hamas tenderia a ser condescendente com as demandas de Israel e Estados Unidos a Autoridade Palestina.
- Síria está com suas mãos ocupadas com a instabilidade interna, enquanto que o Irã e o Hezbolá são falsamente acusados de disparar contra manifestantes sírios.
- O Líbano carece de um governo que funcione e o Hezbolá está cada vez mais cercado. Em lugar de ser tratado como uma questão interna do Líbano, as armas da resistência libanesa estão convertendo-se também em um problema internacional.
- Israel, Arábia Saudita e as monarquias árabes foram fortemente armadas nos últimos años.
- Paquistão tem sido desestabilizado.
- Divisões internas são criadas no Bloco de Resistência.
- A Rússia e os seus aliados da OTSC estão sendo intimidados pelas bases e o escudo anti-mísseis dos Estados Unidos e OTAN na Europa
Oriental.
- A Administração Obama declarou sua intenção de violar as fronteiras nacionais de outros países que considere terroristas. Neste sentido, a Guarda Revolucionária do Irã tem sido declarada uma organizacção terrorista.
- Em 2010, a Administracção Obama redefiniu criativamente o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) para servir a seus interesses geoestratégicos. Declarou que teria direitos para violar o TNP atacando o Irã com armas nucleares.
- Os sistemas do escudo anti-mísseis em Israel, no Golfo Pérsico e na Turquia estão preparados ou estarão prontos em seu lugar.

 Atualmente ocorre uma guerra entre Washington, Tel Aviv, os Al-Saud e seus aliados contra o Bloco de Resistência. Esta guerra não é uma guerra convencional, tendo em vista que inclui a guerra de baixo espectro e operacões de inteligência. Os combates com Fatal al-Islam no Líbano e os ataques terroristas de Jundullah no Leste do Irã são as facetas desta guerra, assim como o desejo de uma troca no regime da Siria.

 Qualquer possível guerra contra o Irã ou a Síria não ocorrerá de forma isolada. Se são atacados em uma guerra aberta, Síria e Irã lutarão ao mesmo tempo.
 
 Na eventualidade de uma grande guerra com a participação de Siria, Irã e seus aliados regionais, as possibilidades de revolução e distúrbios no mundo árabe são certas. É possível dizer que as manifestações árabes de 2011 tem colaborado para prevenir que as sociedades árabes se acendam em caso de uma guerra regional, o que apresenta ao Pentágono, Israel e a OTAN uma nova oportunidade estratégica para a confrontação.

Por Mahdi Darius Nazemroaj

Artigo original  Iran: "Regime Change" or All Out War?

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

A OTAN mostra suas intenções sobre a Síria.

 
 O mundo árabe está a ser abalado por uma explosão social. O imperialismo americano e todos os antigos regimes da região a ele ligados estão a tentar desesperadamente gerir e conter esta revolta de massas, que ainda está em evolução, canalizando-a de modo a não ameaçar o domínio imperialista na região.

 Os Estados Unidos e os seus colaboradores também estão a tentar dividir e corroer as duas alas de resistência – as forças islâmicas e as forças nacionalistas seculares – que, em conjunto, derrubaram as ditaduras apoiadas pelos
Estados Unidos no Egipto e na Tunísia. Há neste momento um esforço concertado dos Estados Unidos para virar essas mesmas forças políticas contra dois regimes na região que se têm oposto ao domínio yanque no passado – a Líbia e a Siria.

 Tanto a Líbia como a Síria têm os seus problemas de desenvolvimento, que são exacerbados pela crise geral do capitalismo global e por décadas de compromissos que lhes foram impostos quando tentavam sobreviver num ambiente hostil de ataques permanentes – políticos, por vezes militares, e que incluíam sanções econômicas.

 Os bombardeios dos EUA/OTAN sobre a Líbia esclareceram a posição do imperialismo em relação a este país. Os exploradores transnacionais estão a postos para apoderar-se totalmente das mais ricas reservas de petróleo da África e eliminar os milhares de milhões de dólares com que a Líbia estava a contribuir para o desenvolvimento de países africanos muito mais pobres.

 A Síria também é um alvo do imperialismo – por causa da sua heróica defesa da resistência palestina durante décadas e da sua recusa em reconhecer a ocupação sionista. Não podemos esquecer o apoio da Síria ao Hezbollah na sua luta para acabar com a ocupação israelense do Líbano e a sua aliança estratégica com o Irã.

 Embora seja difícil compreender uma grande parte da situação interna da Síria, é importante assinalar que, nesta luta em curso, apareceram nítidas declarações de apoio ao governo sírio e contra as tentativas dos
Estados Unidos de desestabilização vindos de Hugo Chávez da Venezuela, do secretário geral do Hezbollah Seyyed Hassan Nasrallah do Líbano e de diversos dirigentes exilados do Hamas, a organização palestina que foi eleita pela população de Gaza. Estes líderes políticos têm sofrido campanhas de desestabilização dos Estados Unidos que utilizaram maquinações dos meios empresariais, de grupos da oposição financiados a partir do exterior, de assassínios programados, de operações especiais de sabotagem e do pessoal da Internet bem treinado.

 Do lado da suposta "oposição democrática" estão reacionários como o senador Joseph Lieberman, presidente da poderosa Comissão de Segurança Nacional do Senado, que apelou para o bombardeio da Síria a seguir ao da Líbia. Os veementes apoiantes da oposição na Síria incluem James Woolsey, antigo director da CIA e conselheiro da campanha presidencial do senador John McCain.
 
Wikileaks denuncia o papel dos Estados Unidos

 Um artigo intitulado "Os E.U.A. apoiaram secretamente grupos da oposição síria", de Craig Whitlock (Washington Post, 18 de Abril) descreveu com grande pormenor as informações contidas em telegramas diplomáticos americanos que Wikileaks enviou a agências de notícias de todo o mundo e publicou no seu website. O artigo resume o que esses telegramas do Departamento de Estado revelam sobre o financiamento secreto de grupos políticos da oposição, incluindo a difusão de programação anti-governamental no país através de televisão por satélite.

 O artigo descreve esses esforços, financiados pelos
Estados Unidos, como fazendo parte de uma "campanha já antiga para derrubar Bashar al-Assad, o líder autocrático do país" que assumiu o poder durante o mandato do presidente George W. Bush e continuou com o presidente Barack Obama, apesar de Obama ter afirmado estar a reconstruir as relações com a Síria e ter enviado um embaixador para Damasco pela primeira vez em seis anos.

 Segundo um telegrama de Abril de 2009 assinado pelo principal diplomata americano em Damasco na altura, as entidades sírias "consideravam obviamente quaisquer fundos americanos destinados a grupos políticos ilegais como equivalentes a um apoio à alteração do regime". O artigo do Washington Post descreve com algum pormenor as ligações entre a TV Barada da oposição, financiada pelos EUA, e o papel de Malik al-Abdeh, que está na sua direção e distribui vídeos e protestos actualizados. Al-Abdeh também está na direção do Movimento para a Justiça e Democracia, que é presidido pelo seu irmão, Anas Al-Abdeh. Os telegramas secretos "relatam receios persistentes entre os diplomatas americanos de que os agentes de segurança sírios tenham descoberto o rasto do dinheiro a partir de Washington".

Papel da Al Jazeera

 Talvez que o desafio mais revelador e a denúncia da campanha de desestabilização na Síria tenha surgido com a demissão de Ghassan Ben Jeddo, o jornalista mais conhecido do noticiário da televisão Al Jazeera e chefe do seu escritório de Beirute. Bem Jeddo demitiu-se como forma de protesto pela cobertura preconceituosa da Al Jazeera, referindo-se sobretudo a uma "campanha de difamação contra o governo sírio" que transformou a Al Jazeera numa "agência de propaganda".

 A Al Jazeera fez uma cobertura favorável do incontrolável levantamento popular de milhões no Egipto e na Tunísia. Mas este canal de notícias por satélite também noticiou extensivamente todas as reivindicações e acusações políticas, independentemente de serem ou não consubstanciadas, feitas pela oposição política tanto na Síria como na Líbia. Tornou-se na voz mais forte na região, seguida por milhões de visitantes, a clamar pela intervenção "humanitária" dos
Estados Unidos, zonas de interdição aérea e bombardeio da Líbia. Portanto é importante compreender a posição da Al Jazeera como uma corporação de notícias, principalmente quando ela afirma ser a voz dos oprimidos.

 A Al Jazeera, que tem a sede em Qatar, nunca noticia que 94 por cento da força de trabalho no Qatar é formada por imigrantes que não têm quaisquer direitos e existem em condições de quase escravatura. A repressão brutal do movimento de massas na monarquia absoluta do Bahrein, que fica mesmo ao lado de Qatar e está hoje ocupada por tropas sauditas, também pouca cobertura recebe da Al Jazeera.

 Será que esta censura existe porque as Notícias TV Al Jazeera são financiadas pelo monarca absoluto de Qatar, o emir Sheikh Hamad bin Khalifa Al Thani?

 É muito importante assinalar que a Al Jazeera nunca se refere à imensa base militar americana Central Command ali mesmo em Qatar. Os aviões de controle remoto levantam regularmente daquela base em missões secretas por toda a região. Qatar também tem enviado aviões para participar no bombardeio dos EUA/OTAN na Líbia.

 Qatar trabalha em ligação estreita com o Departamento de Estado dos
Estados Unidos apoiando a intervenção americana na área. Qatar foi um dos primeiros estados árabes, e o primeiro dos estados do Golfo, a estabelecer relações com Israel. Durante o bombardeio de Gaza por Israel, em 2009, cancelou essas relações mas já propôs restabelecê-las.

O Facebook e a contra-revolução

 A CIA e a National Endowment for Democracy tornaram-se especialistas na utilização de bloqueio das redes sociais, tal como o Facebook, o Twitter e o Youtube para atulhar os governos visados com milhões de mensagens fabricadas, boatos falsos e imagens.

 Alertas fabricados sobre lutas e divisões entre facções rivais nas forças armadas da Síria, com vista a provocar demissões, vieram a provar-se serem falsos. Por exemplo, o major general al-Rifai (Ret.) desmentiu, por não terem fundamento, notícias difundidas pela televisão via satélite de que estava a liderar uma divisão nas forças armadas. Acrescentou que já se tinha reformado há dez anos.

 Izzat al-Rashek, da Comisão Política do Hamas, e Ali Baraka, representante do Hamas no Líbano, desmentiram publicamente afirmações de que a liderança desta organização de resistência palestina estava a mudar-se de Damasco para Qatar. Ali Baraka explicou que isso era uma invenção americana para pressionar Mahmoud Abbas da Fatah e impedir a reconciliação palestina, agudizando o conflito entre os movimentos de resistência e a Síria.

 O governo sírio denunciou que franco-atiradores tinham disparado sobre manifestações, visando militares e policiais na tentativa de levar a polícia a abrir fogo sobre os manifestantes.

 Boatos, publicações anónimas na Internet e notícias por televisão satélite destinadas a agudizar diferenças sectárias fazem parte da campanha de desestabilização.
 
Característica de duplicidade da Síria

 Não é difícil perceber porque é que o imperialismo dos
Estados Unidos e os seus peões na região, incluindo Israel e as monarquias corruptas dependentes da Jordânia, do Qatar e dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita, querem ver uma 'mudança de regime' na Síria.

 A Síria é um dos poucos estados árabes que não tem relações com Israel. Várias organizações de resistência palestina têm escritórios no exílio na Síria, incluindo a Hamas. A Síria é um estreito aliado do Irã e do Líbano.

 A Síria atualmente não é um país socialista nem país revolucionário. O capitalismo, com as suas inevitáveis desigualdades, não foi derrubado. Há uma classe capitalista na Síria, muita gente dentro dela beneficiou das 'reformas' que privatizaram antigas indústrias anteriormente na posse do estado.

 No entanto, o estado sírio representa forças contraditórias. Tem sido um bastião na defesa das conquistas alcançadas nas lutas anti-colonialistas e nos levantamentos das massas árabes nos anos 60 e 70. Durante esse período foram feitas muitas conquistas sociais importantes, foram nacionalizadas as principais indústrias e recursos que tinham pertencido ao capital estrangeiro e foram feitos importantes avanços nos cuidados de saúde garantidos, nos padrões de vida e na educação.

 A Síria, sob o Partido Baath Socialista Árabe, é um país rigorosamente laico. Manteve a liberdade de religião para toda a gente, embora sem permitir que um grupo religioso dominasse ou fosse promovido pelo estado.

 Mas o regime na Síria também tem reprimido duramente as tentativas dos movimentos de massas, com base no Líbano e na Síria, que pretendiam continuar a lutar. Justificou a repressão dos movimentos passados apontando para a sua posição precária mesmo ao lado de Israel, o impacto das duas guerras israelenses em 1967 e 1973, e a consequente ocupação israelense e anexação da importante região dos Montes Golan na Síria durante 44 anos.

 Anos de sanções dos
Estados Unidos e anteriores tentativas de desestabilização também tiveram um efeito cumulativo. O aparelho de estado, sempre temeroso duma intervenção externa continuada, passou a ter medo da mudança.

 É essencial reconhecer este caráter duplo e não desculpar nem ignorar todos os problemas que daí decorrem.

 A Síria ainda tem o fardo acrescido de albergar mais de 500 mil refugiados palestinos e seus descendentes nos últimos 63 anos. As condições destes são melhores do que em qualquer dos países vizinhos porque, ao contrário do Líbano e da Jordânia, os cuidados de saúde, o ensino e a habitação são acessíveis aos palestinos na Síria.

O impacto da guerra do Iraque

 A maciça invasão americana e a destruição do Iraque vizinho, o debate Bush-Blair sobre um ataque semelhante à Síria em 2003, e as novas e duras sanções sobre a Síria aumentaram a pressão intensa.

 Mas o fator mais perturbador nunca é discutido nos meios de comunicação: mais de um milhão e meio de iraquianos invadiram a Síria para fugir aos últimos oito anos de ocupação dos
Estados Unidos.

 Esta foi uma invasão brutal para um país com uma população de 18 milhões em 2006. Segundo um relatório de 2007 do gabinete do Alto Comissário para Refugiados dos
Estados Unidos, a chegada diária de 2 000 iraquianos desesperados teve um impacto enorme sob todos os aspectos da vida da Síria, em especial nos serviços prestados pelo estado a todos os seus cidadãos e a todos os refugiados. A Síria tem o nível mais alto de direitos cívicos e sociais para refugiados em toda a região. Outros países vizinhos exigem uma conta bancária mínima e impedem a entrada de refugiados pobres.

 A chegada inesperada destes refugiados iraquianos teve um impacto dramático nas infra-estruturas, nas escolas primárias e secundárias garantidas, nos cuidados de saúde grátis, na disponibilidade de habitações e em outras áreas da economia. Levou a um aumento de custos a todos os níveis. Os preços dos generos alimentícios e dos bens básicos aumentaram 30 por cento, os preços do imobiliário de 40 por cento e as rendas de casa em 150 por cento.

 Os refugiados iraquianos também beneficiaram dos subsídios estatais sírios na gasolina, na alimentação, na água e noutros bens essenciais fornecidos a toda a gente. Uma massa tão grande de gente desempregada levou ao abaixamento dos salários e a uma concorrência acrescida nos empregos. O impacto das dificuldades económicas globais durante este período difícil agudizou os problemas. (Middle East Institute, 10/Dezembro/2010, relatório sobre Cooperação com Refugiados)

 Os
Estados Unidos criaram a crise de refugiados, que provocou a deslocação de mais de 25 por cento da população iraquiana, por causa da violência sectária. No entanto, são os que aceitam o menor número de refugiados e dão menos do que o custo de um dia de guerra no Iraque para os custos de assistência das Nações Unidas. As sanções americanas na Síria aumentaram as deslocações económicas.

 Tudo isto reforçou a consciência do governo sírio e da população quanto aos perigos da ocupação americana e da desestabilização interna e quanto ao banho de sangue que pode resultar da violência sectária instigada pelos Estados Unidos.

 Washington afirma estar preocupado com a instabilidade na Síria. Mas o imperialismo americano enquanto sistema é obrigado a criar a instabilidade. O domínio esmagador e o poder das corporações militares e petrolíferas na economia dos
Estados Unidos e os enormes lucros dos contratos militares reforçam infindavelmente o pendor para procurar soluções militares.

 Todas as declarações feitas pelo governo sírio têm reconhecido a importância de fazer reformas internas importantes embora mantendo a unidade nacional num país extremamente diversificado que tem diferenças históricas na religião, nas tribos e nas regiões e contém atualmente 2 milhões de refugiados.

 As diversas nacionalidades, religiões e grupos culturais na Síria têm todo o direito de fazer parte deste processo. Mas o que eles precisam sobretudo é do fim da constante e cruel intervenção dos Estados Unidos.

Fonte: http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=24659

terça-feira, 5 de julho de 2011

Mudanças no regime iraniano e as implicações da guerra secreta.


"Mudança no Regime" no Irã ou Guerra Total?
O tabuleiro de xadrez geopolítico está se alinhando para um enfrentamento com o Irã e seus aliados do Bloco de Resistência. Este é somente um teatro dentro da luta mais ampla pelo controle da Eurásia. No processo existe um esforço por parte de Washington e seus aliados de manipular o Islã e subordiná-lo aos interesses capitalistas dando impulso a uma nova geração de islamistas entre os árabes.
Pressão sobre o Irã: Oportunidade para os Estados Unidos, a OTAN e Israel?
 O sistema político do Irã é complexo e existem múltiplos pólos opostos de poder. Em 2009, o mundo já viu uma luta interna entre a classe governante. As divisões apareceram durante os protestos que se produziram depois das eleições presidenciais, quando foram apresentadas as acusações de fraude.
 A presidência de Mahmud Armadineijad (que teve início em 2005) estava em conflito com importantes setores da classe política do Irã. Sua relação tem sido sempre tensa com os outros pólos de poder em Teerã. Em 2011, a presidência do Irã entrou em crescente conflito com o Parlamento, o Poder Judiciário, e o aiatolá Alí Jamenei.
 No marco destas tensões políticas, estava se formando outra luta política interna no Irã. Desta vez, o centro da atenção é Esfandiar Rahim Mashaei. as opiniões de Mashaei, quem é conhecido como um político conservador, estão em desacordo com outros conservadores, especialmente as autoridades cléricas. Em 2009, Mashaei deu um discurso onde disse que o Irã era amigo de todos os povos do mundo, incluindo o povo israelita, e que Teerã se opunha ao regime de Tel Aviv, e não ao povo de Israel. Este discurso foi reprovado pelo ayatolá Jamenei.
O complexo sistema político iraniano.
 Em julho de 2009, o presidente Armadineijad, tratou de nomear a Mashaei como primeiro vice-presidente do  Irã, mas a decisão foi refutada pelo parlamento iraniano. Armadineijad se viu obrigado a nomear a Mohamed-Reza Rahimi como primeiro vice-presidente. Ele ficou no lugar de Mashaei e foi nomeado chefe de gabinete do presidente Armadineijad.
 Em abril de 2011, um escandalo eclodiu quando se publicou que o ministro da Inteligência Heydar Moslehi havia ordenado que Mashaei estivesse sobre alvo de vigilância eletrônica. Armadineijad indignado queria despedir ao ministro da inteligência, mas sua decisão foi vetada pelo ayatolá Jamenei. Enquanto isso, Heydar Moslehi se manteve em seu posto.
 Parece que agora existe um esforço concertado para debilitar ao governo de Armadineijad e para evitar que Mashaei e outros candidatos obtenham um posto. O General Alí Jaffari, comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, declarou publicamente que existem "elementos corruptos" no escritório presidencial que se desviaram dos princípios da Revolução Iraniana. Alí Saidi, o enlace do aiatolá Jamenei no Corpo da Guarda Revolucionária do Irã, também acrescentou sua voz, e disse que Armadineijad e seu bando político perderá todo o apoio a menos que siga comprometido com o ayatolá Jamenei.
 Algum tipo de enfrentamento político paira sobre Teerã. Parece que existe uma crescente lacuna entre os políticos e ideólogos conservadores iranianos. O presidente iraniano e seus aliados políticos pretendem pavimentar o terreno aos seus próprios candidatos nas eleições parlamentares de março de 2012, o que poria uma interdição ao agrupamento atual dos assim chamados conservadores no Parlamento iraniano.
 Além de tudo isto, a morte de Haleh Sahabi, a filha do falecido ex-membro do Parlamento, Ezatollah Sahabi, no funeral de seu pai, acendeu a ira da oposição com ameaças de alimentar e provocar novos protestos.
 Forças de segurança iranianas estiveram presentes no funeral para evitar que se convertesse em um evento político contra a classe dominante. Em sua presença, Haleh Sahabi foi confrontada por um homem desconhecido, que tomou a imagem que levava de seu pai durante o funeral. Quando ela tentou agarrar ao homem, este lhe deu uma cotovelada tão violenta no rosto que provocou nela um ataque cardíaco.
 Tudo isto poderia somar a favor das mãos dos  inimigos do Irã. Existe uma  guerra secreta contra o Irã em combate por parte de Washington e seus aliados, que inclui o sequestro de iranianos, o assassinato de cientistas iranianos e agentes de segurança, e ataques terroristas nas regiões fronteriças do Irã. As divisões internas que se desdobram em Teerã poderiam ser aproveitadas por seus inimigos. Israel já está mostrando um profundo interesse nestas novas tensões políticas em Teerã.
 Cabe notar que Tel Aviv e Washington estavam se preparando para lançar uma campanha de deteriorização da legitimidade das eleições presidenciais no Irã em 2009 e a utilizaram para explorar as divisões politicas internas no Irã. Isso tinha sido documentado por meios de comunicação israelenses. Além disso, esta é a razão pela qual o congresso norte-americano deu milhões de dólares a pedido da secretaria Rice e do presidente George W. Bush Jr., para estabelecer um escritório de interesses especiais nos Emiratos Árabes Unidos para fazer frente a uma troca de regime em Teerã. 

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